2013 - RARA | Um discurso ingénuo e utópico 

PT
Esta performance dá continuidade ao trabalho a solo que tenho desenvolvido desde 2006 e que se tem centrado, quase sempre, num trabalho sobre e a partir do corpo, em projetos de natureza transdisciplinar e conceptualmente (auto)referencial e (auto)biográfica. Neste novo projecto, a minha relação (pessoal e social) com o quotidiano, em articulação com o estudo transversal que tenho realizado (através da performance) em torno de várias dimensões sócio culturais do Mundo que me rodeia (e que maisdiretamente me afetam, como é o caso, por exemplo, da Cultura Pop) manter-se-ão como base estruturante e como ponto de partida.Conceptual e metodologicamente, porém, pretendo introduzir um elemento novo: a "voz" (e, concomitantemente, a "palavra"), enquanto suporte, mas também enquanto ideia e discurso.(...) Uma performance feita de palavras, logo, feita de trocadilhos, figuras de estilo, letras de canções pop e manifestos roubados à street art. Darei corpo a uma voz que insiste na sobrevivência, que nega a falência, e que prevê uma solução, politicamente ingênua, artisticamente utópica. A partir do atrito histórico causado pelo cruzamento entre os sintomas da atual cultura pop massificada (Nicki Minaj) e a herança da "pop art" warholiana (Velvet Underground), proponho criar um solo feito de anagramas (Nico/lcon), anacronias, interrupções e desistências, roubos assumidos e re-interpretações discretas de clássicos contemporâneos.Uma performance Íntima com potencial viral.Uma apresentação (des)mascarada dos meus caprichos estéticos, ou uma fetichização do "handmade/do it yourself" aplicado à performance: canções compostas no meu computador, roupas costuradas na minha sala de estar, movimentos copiados de tutoriais no Youtube. RARA será, em última análise, um trabalho sobre o lugar do discurso pessoal/pessoalizado na sociedade contemporânea, ao mesmo tempo sobre e através da criação e difusão de informação, em rede, ou sem ela. Uma tentativa de virtualização do espaço teatral (palco) em direção a essa intangibilidade do "online". Uma performance ingénua, porque particular (como se dita pela primeira vez), e utópica, por aspirar a esse espaço inalcançável (porque inexistente): o universal.


ENG
This performance continues the solo work I have been developing since 2006, which has almost always focused on work about and from the body, in projects of a transdisciplinary and conceptually (self)referential and (self)biographical nature. In this new project, my relationship (personal and social) with daily life, in conjunction with the cross-cutting study I have conducted (through performance) around various socio-cultural dimensions of the world around me (which directly affect me, such as the case of Pop Culture, for example) will remain as a structuring foundation and starting point. Conceptually and methodologically, however, I intend to introduce a new element: the "voice" (and, concomitantly, the "word"), both as support but also as an idea and discourse. (...) A performance made of words, therefore, made of puns, figures of speech, pop song lyrics, and manifestos borrowed from street art. I will give body to a voice that insists on survival, denies bankruptcy, and envisions a solution, politically naive, artistically utopian. Starting from the historical friction caused by the intersection between the symptoms of current massified pop culture (Nicki Minaj) and the legacy of Warholian "pop art" (Velvet Underground), I propose to create a solo made of anagrams (Nico/lcon), anachronisms, interruptions, and resignations, acknowledged thefts, and discreet reinterpretations of contemporary classics. An intimate performance with viral potential. A (un)masked presentation of my aesthetic whims, or a fetishization of the "handmade/do it yourself" applied to performance: songs composed on my computer, clothes sewn in my living room, movements copied from tutorials on YouTube. RARA will ultimately be a work about the place of personal/personalized discourse in contemporary society, simultaneously about and through the creation and dissemination of information, networked or without it. An attempt to virtualize the theatrical space (stage) towards the intangibility of the "online." A naive performance, because particular (as if said for the first time), and utopian, aspiring to that unattainable (because non-existent) space: the universal.


A project by and with Flávio Rodrigues
Thanks: Rogério Nuno Costa, José Capela, Joana Castro, Micaela Maia, Rui Marques, Tiago Oliveira, Carla Pereira, Né Barros, Isabel Barros
Photography by J M Castelo Branco
Co-production: Balleteatro

Agenda
- 17 de Janeiro 15h30 (Apresentação Informal), Balleteatro Auditório (Praça 9 de Abril, 76 4200-422 Porto), mais informação em www.balleteatro.pt;
-7 de Fevereiro de 2013, 22h em Estaleiro Cultural Velha-a-branca (Braga). Inserido na inauguração da exposição "Um outro mundo é possível - Visões utópicas e distópicas do mundo" Mais informações em ÓPRIMA;
- Dia 27 de Março de 2013 em 1ª Avenida (Avenida dos Aliados, Porto). Mais informações em Balleteatro e Primeira Avenida;
- Apresentação pública, 12 de Abril de 2013 às 21h30 em Balleteatro Auditório (Porto/Arca D`àgua). Mais informação em balleteatro.pt;
- Dia 17 a 23 de Junho de 2013 - Residência artística em DeVIR - CAPa- De 9 a 14 de Setembro, Residência em AXA/1ºAvendia, piso 5 (Balleteatro). Apresentação dia 14 de Setembro 19h15, inserido na programação Optimus D'Bandada;
- Apresentação pública dia 27 de Outubro (Covilhã) em Festival ContraDança, mais informação em ContraDança ASTA;



Residência artística em Devir Capa (Faro), Abril 2013


Residência de criação e apresentação em Balleteatro (Porto), Maio 2013


Excerto sonoro

Este excerto foi apresentado no Festival D'Bandada em Edifício AXA (Porto). A fotografia é de André Mendes, 2013